Garantir a segurança tanto das edificações quanto das pessoas que por elas circulam, é parte fundamental de todo projeto. Por isso, os ambientes precisam contar com um sistema de prevenção e combate a acidentes com chamas. E um item que é indispensável nesse conjunto é o reservatório para incêndio.
Neste artigo, traremos informações básicas, porém importantes, sobre o funcionamento desse dispositivo que é tão necessário para o combate ao fogo. Continue a leitura e saiba mais!
Um sistema de sprinklers é formado por vários equipamentos. São eles: o chuveiro automático, as válvulas de governo e alarme (VGA), as tubulações, as bombas e o reservatório exclusivo. Esses dois últimos, são os responsáveis pelo abastecimento e suprimento da água para todo o complexo.
Sendo assim, os reservatórios para incêndios são tanques de armazenamento de água e possuem muita importância para o sucesso do funcionamento de todos os dispositivos. Afinal, sem eles, é impossível manter o restante do sistema ativo, durante um acidente com fogo.
Um reservatório para incêndio deve informar o seu nível para garantir que existirá água, em caso chamas. Por isso, ele pode ser elevado, ao nível do solo, semi-enterrado ou enterrado. Ele precisa estar em uma posição que forneça vazão e pressão requerida em cada sistema de segurança. Assim, um rio, uma represa, um açude, ou qualquer outra fonte de água, desde que seja exclusiva, serve como fonte de abastecimento em casos específicos.
A capacidade de funcionamento efetivo de um reservatório para incêndio deve levar em conta a classe de risco da ocupação. Esta é identificada pela NPFA 13, Standard for the Installation of Sprinkler Systems. Uma vez que é preciso ter o tempo mínimo de operação do sistema de acordo com a sua classificação na norma.
Assim, primeiramente, é necessário saber a vazão total do tanque. Esse dado é obtido por meio do seguinte cálculo:
vazão do sistema de sprinklers + vazão do sistema de hidrantes = vazão total
Após alcançar esse resultado, para descobrir a capacidade de funcionamento do seu reservatório, basta multiplicar a vazão total pelo tempo de vazão. Ou seja:
(Vazão dos sprinklers + vazão dos hidrantes) x tempo = capacidade
Vejamos alguns requisitos citados na Norma de Projeto e Instalação, a ABNT NBR10897:2020, sobre demanda de água e tempos de descarga:
6.2.5.2.2.2 Sistemas com bloqueio duplo cuja capacidade seja maior que 1 900 L devem ser dimensionados de modo que o tempo máximo até que ocorra a descarga de água pela conexão de ensaio seja 60 s. A contagem deve ser iniciada à pressão normal de ar no sistema, após operação do sistema de detecção e no momento em que a conexão de teste for totalmente aberta.
Nos casos dos sistemas de ação prévia com bloqueio duplo, cada válvula de ação prévia deve ser dimensionada para descarregar água pela conexão de ensaio em não mais que o tempo máximo de descarga de água especificado na Tabela 7. A contagem deve ser iniciada à pressão normal de ar no sistema, após operação do sistema de detecção e no momento em que a conexão de ensaio for totalmente aberta.
Tabela 7 – Tempo de descarga em sistemas de ação prévia com bloqueio duplo
7.13.1 Os critérios de proteção em áreas tetos e/ou telhados altos não utilizadas para armazenagem devem seguir os parâmetros listados nas Tabelas 23 a 27.
Tabela 27 – Duração da reserva de água
8.4.1 A Tabela 28 deve ser usada para a determinação das quantidades mínimas de água exigidas para riscos leves e ordinários protegidos por sistemas dimensionados por tabela. Para riscos extraordinários e armazenamento, o dimensionamento deve ser feito por cálculo hidráulico; os parâmetros de pressão e vazão devem ser baseados nos métodos de cálculo hidráulico, conforme 8.5.
Tabela 28 – Demanda de água para sistemas calculados por tabela
8.5.1.1 Para fins de cálculo hidráulico e dimensionamento da reserva de água, a demanda do sistema de hidrantes deve ser adicionada ao cálculo da demanda do sistema de chuveiros.
8.5.1.4 A demanda de chuveiros automáticos, quando projetados por cálculo hidráulico, deve ser determinada pela Figura 42 e pela reserva, considerando a duração da Tabela 29.
Tabela 29 – Demanda de hidrantes e duração do abastecimento de água para sistemas projetados por cálculo hidráulico
NOTA IMPORTANTE: É possível que as observações acima não esgotem o assunto ou eliminem completamente as eventuais dúvidas, pois são apresentadas apenas a título de sugestão, num esforço de suporte inicial ao leitor. Sugerimos fortemente que, para maiores informações, o leitor pesquise na Norma citada, bem como em outras possíveis fontes.
Existem alguns quesitos que são levados em conta na hora de inspecionar um reservatório de incêndio. Um deles é se ele possui o volume adequado. Para saber essa informação, é utilizado um dispositivo que indica o nível d’água. Também pode ser usado um alarme que indica quando a quantidade está baixa. Em tanques de pressão, são empregados os manômetros ― que mostram a pressão interna. Verificar esse item é indispensável para evitar adversidades. Entre eles, destacamos a falta de reserva técnica do sistema, prevista em projeto.
Da mesma forma, deve-se averiguar se o reservatório tem válvulas de bloqueio complementares ― tipo gaveta ou haste ascendente ― na posição aberta. Isso porque essa posição, com o travamento correto, garante que nenhum desinformado feche o suprimento de água, pondo em risco as vidas e o patrimônio. É importante enfatizar que o fechamento indevido das válvulas pode acontecer por diversos fatores, inclusive, por ação criminosa.
Outro elemento que também é considerado, diz respeito, ainda, às válvulas. A inspeção do reservatório de incêndio deve verificar se elas, junto às tubulações, que estão nos tanques, estão corretas. Essa ação tem o objetivo de revelar possíveis alterações nas instalações desses componentes.
A manutenção do reservatório de incêndio, assim como a de todo o sistema, segue o Anexo C da ABNT NBR 10897:2020. Na lista, há detalhada a periodicidade com que cada componente deve ser analisado. Por exemplo, as válvulas devem ser verificadas vistas anualmente (ou conforme necessário). Também, a cada 5 anos, deve ser feita a investigação de obstruções.
Vale lembrar que a NFPA25 (Norma para a inspeção, teste e manutenção de sistemas de proteção contra incêndio à base de água) é a norma citada quando o assunto é manutenção de sistemas.
É de grande importância conferir se as atividades indicadas pela norma estão inseridas nos planos de manutenção dos equipamentos instalados. Esses, precisam categorizar todas as ações relacionadas aos cuidados e conter um cronograma de realização. Nesse, devem ser delegados os responsáveis para manterem os reservatórios em condições de operação.
Falando em manutenção de edificações, os reservatórios devem ser conservados limpos, sem obstruções. Já para as fontes naturais de abastecimento, como lagos e rios, deve-se cuidar para não captar detritos, pedras, peixes e outros itens que podem atrapalhar o funcionamento de algum dispositivo.
Essas são informações básicas de grande importância para você compreender mais sobre o reservatório para incêndio. Sem ele, seria impossível o funcionamento de todo o sistema de chuveiros automáticos.
Ressaltamos que as informações contidas neste pequeno artigo não esgotam o assunto e são apresentadas apenas a título de sugestão, num esforço de suporte inicial ao leitor entrante no mercado de incêndio. Para aprofundar-se um pouco mais sobre os reservatórios de incêndio, sugerimos a leitura dos livros gratuitos, disponibilizados pelo Instituto Sprinkler Brasil (ISB), cujos links estão abaixo:
SPRINKLERS: CONCEITOS BÁSICOS E DICAS EXCELENTES PARA PROFISSIONAIS
ACEITAÇÃO DE SISTEMAS DE SPRINKLERS
INSTALAÇÃO E DIMENSIONAMENTO DE SPRINKLERS
INSPEÇÃO PREDIAL DE SISTEMAS DE CHUVEIROS AUTOMÁTICOS
PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA O CÁLCULO DE SISTEMAS DE SPRINKLERS
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Mas para cálculo do volume não deve ser acrescentado também o volume de mangueiras?
Seria interessante também informar os tempos previstos na norma para sustentar o sistema durante combate a um incêndio
Olá Andre.
Você está corretíssimo. No artigo, citamos muito brevemente sobre a inclusão do volume destinado aos hidrantes no cálculo: (Vazão dos sprinklers + vazão dos hidrantes) x tempo = capacidade .
Sobre os tempos de descarga, agradecemos sua sugestão e informamos que veremos a possibilidade de incluir esta informação ao presente artigo.
Nossa equipe agradece muitíssimo sua contribuição e espera sua interação nos demais conteúdos de nosso blog.
Conte conosco!!!
Moro em um condomínio, de 4 blocos, com 4 andares, de 39 aptos. Média de 3 pessoas por apto , total 39 aptos.
Qual o volume de água para reserva de incêndio.
O terreno que vai ficar a caixa d’água não é muito resistência, será preciso fazer sondagem pRa saber
Bom dia !
Gostaria de saber se vocês tem material didático explicativo, sobre tanque de expansão de rede de incêndio.
Como calcular, a função do mesmo na rede…
Olá, tenho uma dúvida. A reserva técnica para incêndio precisa estar toda em um único reservatório ou pode estar dividida em dois ou mais. No caso, estamos ampliando a edificação e a reserva necessária pela norma passaria de 8 mil litros para 12 mil litros. Temos uma torre de água para esse fim de 10 mil e pensamos em instalar, ao lado, um reservatório de 5 mil litros. Isso estaria adequado? Ou precisamos de um único reservatório com 12 mil ou mais?
Boa tarde!
Gostaria de saber, se vocês teriam um modelo de reservatório de água de incêndio explicativo de como eu poderia fazer medindo 25,00 x 25,00 x 2,09 profundidade com o fundo medindo 17,00 x 17,00. porque preciso inclusive medir a vasão e calcular a bomba.
A Skop tem foco na fabricação e comercialização de sprinklers e equipamentos afins e por isso não trabalhamos com projeto e instalações. Sugerimos que acesse a lista de empresas de projetos e instalação, disponível no site da ABSpk (abspk.org.br) para que tenha a assessoria necessária.
Estamos planejando em construir um prédio de 4 andares, ao invés de colocarmos uma caixa de água como reservatórios para os bombeiros podemos usar uma piscina?
Moro num edificio de 12 andares, totalizando 100 apartamentos, mais áreas comuns e garagem.
Temos 5 caixas de água de 16.000 litros cada, que são utilizadas simultáneamente para abastecer os apartamentos e como reserva para combate a incêndio.
Pergunta, neste caso quantos mil litros de água temos que ter disponível para combate a incêndio??
excelente postagem. aprendi muito com o artigo
Olá para todos! Estou orçando um serviço de recuperação de um tanque elevado de um autoposto, onde existe além dele um restaurante e uma pousada de médio porte.
Surgiu uma dúvida, que gostaria de compartilhar com vcs: Este tanque é compartilhado com a rede de abastecimento destes consumidores e com a rede de incêndio do posto. Pergunto: Se o maior consumo for da rede de incêndio, o tanque tem que ser necessariamente pintado na cor vermelha?