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26 de março de 2020 / Por / 9 Comentários

Componentes do sistema de sprinkler

Tema 2: Neste artigo abordaremos algumas considerações gerais sobre os sistemas de sprinklers. Este artigo é parte de uma coletânea de 27 Temas, organizados em perguntas e respostas, elaborados pela Skop em parceria com a Ipê Consultoria.

SKOP-x-IPÊ---COMPONENTES-DO-SISTEMA-DE-SPRINKLER

As observações contidas neste documento são registros de atendimentos técnicos pontuais ocorridos ao longo dos últimos anos. Em boa parte dos temas, não esgotam suficientemente os assuntos, sendo necessário recorrer às Normas e demais literaturas disponíveis; contudo, esta compilação constitui um acervo considerável de situações do cotidiano do projetista e demais profissionais do ramo de proteção contra incêndio por sprinklers. Este foi material foi organizado com a intenção de compartilhar experiências e colaborar com os trabalhos técnicos desenvolvidos pelos leitores.

13) Quais são os equipamentos básicos existentes entre o reservatório de água e o sprinkler?

Em geral, a sequência de equipamentos é a seguinte: reservatório de água, válvula de bloqueio, bomba, válvula de alívio, válvula de retenção, válvula de bloqueio, rede externa, válvula de governo precedida de válvula de bloqueio (borboleta), chave de fluxo, rede interna e bico de sprinkler.

– As válvulas de bloqueio são para interromper o fluxo de água; servem para viabilizar a manutenção ou para bloquear toda a rede ou trechos da mesma. (VER Nº16)

– A válvula de alívio atuará na equalização da pressão de água em caso de elevação indesejada. A ABNT NBR10897:2014 foi feita com base na NFPA 13/2010. Desde a versão 2013 da NFPA13 este requisito é válido tanto para grelha quanto para sistemas ramificados. Basicamente, hoje é obrigatório colocar a válvula de alívio em qualquer situação; (VER Nº14)

– A válvula de retenção existe para evitar um fluxo inverso que pode ser causado pela pressurização da rede pelo corpo de bombeiros através do seu caminhão no hidrante de recalque;

– A válvula de governo tem a função de retenção (Evitar que a água desça da rede próximo aos bicos e entre ar nesta parte da rede) e também tem a função de emitir um alarme em caso de passagem de água por seu circuito de alarme;

– Chave de fluxo “informa” para central de alarme que há fluxo de água na rede, indicando que um bico de sprinkler foi ativado.

Palestra: A qualidade oculta do Sprinkler certificado

14)A Norma Brasileira orienta a instalação de válvula de alívio (purgador ou “air vent”) no sistema de “sprinklers”? (VER Nº13 – 3º PARÁGRAFO)

Sim, através do requisito 6.1.2 da ABNT NBR10897:2014. A aplicação deste dispositivo é bem usual. O valor de pressão que a norma propõe, 1,21 Mpa, equivale à pressão máxima do sistema, que é cerca de 12 Kgf/cm² (175 psi). Os demais requisitos da Norma que estão relacionados ao assunto são: 5.1.3, 9.4.4.11 e 10.1.1.1.

sprinkler

O texto do requisito (6.1.2.1) indica que o dispositivo deve ser de no mínimo 6,4mm (aprox. ¼”), porém em muitos casos os projetistas utilizam dispositivos de ½” por ser uma medida mais convencional no mercado. É fundamental que a válvula de alívio possua certificação (Ex.: UL e FM).

Desde a versão 2013 [da NFPA] a válvula de alívio é exigida tanto para tubulação em grelha quanto para sistemas ramificados. Segundo o projetista João C. W. Junior, em livro lançado pelo ISB em 2015 (pg.73): “Todo o sistema de tubos molhados deve possuir, na válvula de governo ou a jusante dela, uma válvula de alívio não menor que ½’’, regulada para operar a 175psi (12,1bar) ou a 10psi (0,7bar), acima da pressão máxima do sistema: o que for maior. Caso exista um reservatório de ar para absorver excessos de pressão, a válvula de alívio não é requerida. Em válvulas de controle seccional não há exigência de válvulas de alívio. Essa exigência serve para evitar excessos de pressão oriundos da variação de temperatura no sistema. Imagine um telhado de um galpão em que, durante o dia, as temperaturas se aproximam de 40°C e à noite são cerca de 15°C. Com as altas temperaturas, a água se expande, resultando em um excesso de pressão. Com a válvula de alívio, temos certeza de que não haverá pressões acima de 175psi (12,1bar) no sistema.”

15)Quais as principais orientações relacionadas às chaves de fluxo?

As Normas indicam a necessidade de que exista o alarme. Algumas das referências normativas que podem ser relacionadas à chave de fluxo são: requisitos 5.7.1, 5.7.2 e 5.9 da ABNT NBR10897:2014. Entre os requisitos relacionados à chave de fluxo, destacamos que a chave de fluxo deve possuir retardo pneumático e deve ser interligada ao painel de alarmes, conforme indicado no requisito 5.7.2, item 3, da Norma citada.

16)Qual é a referência normativa sobre a instalação de válvulas seccionadora antes da Válvula de Governo e Alarme (VGA)?

A NBR ABNT10897:2014, requisito 3.21.8, define que a válvula seccionadora faz parte do conjunto da Válvula de Governo e Alarme (VGA).

A válvula seccionadora (ou de bloqueio) normalmente é do tipo gaveta do tipo indicadora (haste ascendente) ou borboleta com volante redutor de velocidade e do tipo indicadora. Estas válvulas são instaladas a montante (antes) da válvula de governo, na posição horizontal ou vertical, porém o mais convencional é na posição vertical.

Não existe obrigatoriedade pela NFPA, de instalação de válvula seccionadora a jusante (após) da válvula de governo, porém às vezes esta prática é adotada para facilitação de manutenção em determinados trechos do sistema.

Em todos os casos, só podem ser utilizadas válvulas que possuam indicação e que obedeçam ao tempo mínimo de fechamento (cinco segundos) para evitar o efeito de transientes hidráulicos (golpe de aríete).

Ex. Em um shopping cuja a coluna de alimentação atenda simultaneamente a área comum (corredores de circulação) e lojas, eventualmente são instaladas válvulas de bloqueio a jusante da VGA, na entrada das lojas, para facilitar eventuais intervenções no interior da loja. Contudo deve ser observado o tempo mínimo de fechamento da válvula e ter rigor na supervisão de fechamentos indevidos, que são uma das principais causas de inoperância do sistema de sprinklers.

Para mais informações, podem ser consultados os seguintes textos:

– NBR10897:2014 – NFPA13 (capítulo 8)

– Livro “Sprinklers: Conceitos básicos e dicas excelentes para profissionais”

– Jõao C. Wollentarski Jr – 2015 – Págs. 62, 63 e 119 a 126

 

Conteúdo produzido em parceria com Ipê Fire Protection Consultoria
Site: http://www.ipeconsultoria.com.br
E-mail: projetos@ipeconsultoria.com.br

 

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9 Comentários

  • Fontenelle disse:

    Muito bom o conteúdo. Simples e direto.

  • Roberto Fontenelle Damasceno disse:

    No caso de uma edificação vertical, a adoção de valvulas setoriais a jusante da VGA, em cada pavimento, será obrigatória ou recomendável?

    • Braulio Viana disse:

      Olá Fontenelle !
      A obrigatoriedade será definida conforme a legislação de cada estado. Ou seja, normalmente existe um decreto do Governo Estadual que adota os códigos e notas técnicas dos Corpos de Bombeiros onde, via de regra, estão previstas as exigências e exclusões. Aqui no RJ, a orientação para a aplicação das válvulas setoriais está definida no requisito 5.5 da Nota Técnica 2-03 do CBMERJ (Sistemas de chuveiros automáticos / sprinklers – Parte 1 – Requisitos gerais).
      Contudo, para o monitoramento e teste individual dos pavimentos, acreditamos que seja recomendável a instalação em cada um dos pavimentos, com a devida interligação da chave de fluxo ao sistema de detecção de incêndio (SDAI).
      A ABNT NBR10897:2014, no requisito 5.7.2 dá os parâmetros técnicos sobre o assunto, refletindo parte do conteúdo exposto na figura A.8.17.5.2.2 da NFPA13 de 2016 e na figura A.16.15.2.2 da NFPA13 de 2019.
      Agradecemos sua interação e aguardamos seus comentários nos demais conteúdos !!!

  • Ivan Carrasco disse:

    Muito bom. Esclarecedor e sucinto. Parabéns para a intenção de vocês em compartilharem conhecimento e acima de tudo, permitir corrigir erros que inviabilizam a proteção contra incêndio.

    • Braulio Viana disse:

      Olá Ivan!
      Agradecemos muito pelo seu comentário. Isso nos anima a continuar contribuindo com o conhecimento que adquirímos aos poucos, em conjunto com parceiros que também nos ajudam muito.
      Contamos com sua interação nos demais conteúdos de nosso blog!

    • Braulio Viana disse:

      Olá Ivan!
      Agradecemos muito pelo seu comentário. Isso nos anima a continuar contribuindo com o conhecimento que adquirimos aos poucos, em conjunto com parceiros que também nos ajudam muito.
      Contamos com sua interação nos demais conteúdos de nosso blog!

  • ROBERTO FLAVIO ROCHA PINHO disse:

    Olá,muito bom👏👏parabéns pelas explicações.
    Eu trabalho como encanador industrial é sou responsável pela manutenção da casa de bombas de shopping aqui na cidade,daí surgiu uma necessidade de realizar um check list exigido pela seguradora,em que eles se baseiam na norma NFPA 25,até então não conhecia esta norma e tive que correr atrás de informações,mas estou com dificuldade de achar,sendo assim tenho algumas dúvidas e assim estou prrcisando de ajuda,gostaria de saber se vcs poderiam me ajudar em algumas informações e como eu poderia está recebendo essas informações.

  • Diego Washington disse:

    onde eu compro esse livro do joão?

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