Essenciais para proteção da vida e preservação do patrimônio, os sprinklers constituem um mercado com grande potencial de crescimento, no Brasil. Classificado por norma como ‘chuveiro automático para combate e supressão de incêndio’, esse dispositivo tem a função de controlar o fogo no estágio inicial, até que os bombeiros cheguem para fazer o devido combate. O problema é que nem todos dão a devida importância a esse tipo de solução, o que pode ser comprovado pela ampla comercialização de produtos sem qualidade assegurada no País, expondo a população a riscos diversos. Estima-se que por volta de 60% dos sprinklers instalados nas edificações brasileiras atualmente não possuem certificação – que não é obrigatória. Conforme avaliam os especialistas, o aumento da segurança nas construções depende também de maiores cuidados com as etapas de projeto, instalação e manutenção desses sistemas.
Os sprinklers possuem três estruturas principais: corpo, defletor e sistema de tamponamento/retenção da água, cujo principal elemento é um sensor termossensível, fabricado em vidro ou liga metálica.
Os elementos termossensíveis são projetados para resistir a determinadas temperaturas. Caso tenha início um incêndio, e o calor do ambiente atinja a temperatura do componente sensível, o mesmo se quebra, liberando o sistema de retenção da água e acionando automaticamente o bombeamento. A água escoará com alta pressão em direção ao corpo e ao defletor, projetados para distribuir o líquido em uma determinada área, assegurando o controle do foco do incêndio. Se o fogo se propagar, mais bicos de sprinklers serão acionados até que as chamas sejam controladas e o Corpo de Bombeiros (ou brigada de incêndio) possa extingui-las através do uso de hidrantes ou extintores.
Segundo Felipe Decourt, diretor vice-presidente da ABSpk (Associação Brasileira de Sprinklers), incêndios que ocorrem em edificações que não possuem o sistema automático ganham muita potência entre um e quatro minutos, tornando o combate muito complicado e arriscado, mesmo para os bombeiros. “Isso significa que a variável ‘tempo’ é crucial nas estratégias de combate. O sprinkler tem o papel fundamental de reter/controlar o fogo, alargando esse tempo, para que os bombeiros possam chegar ao local do sinistro e combater a área afetada”, explica o executivo.
Além de reter o fogo a uma pequena área e com baixa potência até que os bombeiros consigam entrar em ação, o sprinkler é essencial também para manter a temperatura e as concentrações de oxigênio e de gases tóxicos em níveis suportáveis para que os ocupantes possam evacuar o ambiente. Outra vantagem é que essa é uma solução que permanece disponível durante as 24 horas do dia, inclusive em áreas inacessíveis ou de difícil acesso.
Entretanto, para que o sistema funcione perfeitamente quando requisitado, é necessário seguir normas e documentos de referência, tanto em relação aos equipamentos quanto aos serviços. “É imprescindível que o projeto, a instalação e a manutenção dos sprinklers sejam feitos por especialistas no assunto. Existem inúmeras empresas se aventurando no ramo, mas sem a capacitação adequada”, alerta Felipe Melo, sócio-diretor da ICS Engenharia.
Conforme detalha Felipe Decourt, durante a elaboração do projeto será necessário conhecer bem a arquitetura e a utilidade/aplicação do ambiente, incluindo o tipo de material que será armazenado, como será feito esse armazenamento e se haverá influência de movimentação do ar. Essas informações são importantes para se conhecer a carga de incêndio, sua evolução e distribuição. “Tendo o risco calculado e compreendido, o projetista desenhará
a solução adequando às dimensões do sistema, ou seja, dos componentes e equipamentos, para que o tempo e a forma de combate garantam o controle de um incêndio”, completa o porta-voz.
O instalador, por sua vez, deverá seguir o projeto à risca, primando sempre pela qualidade dos materiais, equipamentos e do comissionamento. “Qualquer desvio do projeto – muitas vezes necessário, por conta de adequações de
campo -, deve ser remetido para avaliação do projetista”, observa o dirigente da ABSpk.
Por fim, mas não menos importante, ao adquirir materiais e equipamentos de combate a incêndio, o responsável pela tarefa deve sempre optar por artigos que garantam o funcionamento qualificado do sistema a curto e longo prazos. Segundo Decourt, tal resultado só é possível se o instalador comprar materiais e equipamentos certificados por órgãos e empresas que são referência do setor. A ABSpk informa que as principais certificadoras que atuam na área no Brasil são ABNT, FM e UL.
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