A circulação de produtos no mercado é uma realidade incontestável, independentemente de sua natureza, legalidade, originalidade ou, em alguns, sua certificação ou qualidade dos sprinklers.
O problema é que essa constatação simples levanta uma importante questão sobre as consequências da disseminação de produtos que podem ser prejudiciais ao consumidor, muitas vezes sem que ele tenha consciência dos riscos envolvidos.
No Brasil, especificamente no que diz respeito aos sprinklers, sistemas automáticos de combate a incêndio, esse debate já perdura há mais de uma década, com progressos ainda limitados. O que acha, então, de se aprofundar um pouco mais nesse assunto?
Continue a leitura e confira!
A pergunta é simples: por que um assunto tão consolidado em outras partes do mundo ainda enfrenta desafios no Brasil? A resposta também é direta: a falta de legislação que estabeleça parâmetros de qualidade para os sprinklers.
A legislação brasileira relacionada a projetos de segurança contra incêndio exige a presença de sprinklers em edificações, mas não estabelece requisitos detalhados de qualidade para esses sistemas.
Essa lacuna na regulamentação abre espaço para a comercialização de produtos que podem apresentar falhas, como derretimento, entupimento ou quebra, colocando em risco a segurança das pessoas e do patrimônio.
Por mais que o setor de combate a incêndios seja relativamente pequeno em comparação com outras indústrias, há pelo menos cinco anos existe um estudo sólido que respalda a implementação de uma lei e regulamentos que estabeleçam critérios de qualidade para os sprinklers.
O estudo, conduzido e premiado pelo Instituto Sprinkler Brasil (ISB), demonstrou que há estruturas de mercado, normas técnicas e certificações prontas para absorverem regulamentações voltadas para os sprinklers.
Enquanto a legislação sobre o assunto permanece inexistente, a sociedade conta apenas com a autorregulação do mercado. É importante notar que vender sprinklers sem certificação não é ilegal, mas é moralmente questionável, uma vez que esses produtos podem falhar em proteger os usuários.
Para ilustrar a importância dessa questão, é válido lembrar o trágico incidente na boate Kiss, que resultou em dezenas de vidas perdidas devido à falta de segurança adequada contra incêndios. Não podemos tratar esse assunto com desdém, mas sim com seriedade e comprometimento.
No decorrer de uma década de debates, cerca de 25% do mercado brasileiro de sprinklers de baixa vazão foi dominado por produtos não certificados, prejudicando a segurança do consumidor leigo no assunto.
Mas esse típico caso de protecionismo e resistência à mudança acaba desenvolvendo um cenário repleto de desafios que ainda precisam ser superados:
Esse cenário enfraquece ainda mais a autorregulação privada. Muitas vezes, ocorre a mistura de sprinklers sem certificação com produtos certificados em orçamentos e edificações para reduzir custos. Essa prática se tornou comum, especialmente durante a estagnação da economia brasileira nos últimos anos.
Dentro desse cenário, se desenham algumas consequências preocupantes que já estão em andamento no Brasil.
O alerta da FM Approvals em 14 de julho de 2023 sobre dois casos de presença de sprinklers falsificados que circulavam no Brasil (caso 1 / caso 2), além dos identificados na Índia e Arábia Saudita, enfatiza a necessidade urgente de agir. Estamos diante de uma oportunidade única para mudar o rumo dessa história.
Em resumo, é hora de olhar para o futuro e garantir a segurança nos empreendimentos brasileiros que contam com sistemas de sprinklers, além de fortalecer a indústria nacional em um cenário globalizado. A globalização da qualidade dos sprinklers é um passo crucial em direção a um futuro mais seguro e competitivo para o Brasil.
O que achou deste conteúdo? Se você quer entender mais sobre o que está em jogo sobre o futuro e a qualidade dos sprinklers no Brasil, você pode conferir o artigo produzido por Felipe Decourt, diretor executivo da SKOP Sprinklers, aqui!