Como especificar um sprinkler corretamente? Em uma primeira impressão, o sprinkler pode parecer um equipamento muito simples e sem nenhum rigor técnico, porém ao conhecer um pouco mais de perto percebemos, por exemplo, que fabricar um sprinkler de qualidade certificada é mais complexo do que imaginamos. São cerca de 150 processos de fabricação e de controle de qualidade para fabricar apenas um único sprinkler.
Outra questão interessante é que dada a variedade de características técnicas (Ø orifício, tempo de resposta, …), poderíamos chegar a mais de 1100 combinações diferentes. Impressionante, não? Isso sem falar da variedade de tipo de elemento, tipo de cobertura, entre outros. Mas, vamos com calma. Existe uma luz no fim do túnel!
Neste breve artigo, vamos apresentar um passo a passo, focado nas variações mais utilizadas no Brasil, para lhe ajudar na correta especificação técnica dos sprinklers. Vamos lá?
As características técnicas básicas que precisam ser definidas para a correta especificação do sprinkler, são: Fator K, tipo de resposta, posição de instalação, tipo de cobertura, diâmetro da rosca, temperatura de acionamento, acabamento e certificação do produto.
1 – Fator K (ou coeficiente de descarga)
Está relacionado ao diâmetro do orifício interno do sprinkler e define sua capacidade de vazão de água. O valor de “K”pode ser expresso nas unidades de medida do Sistema Internacional (SI) ou Unidade Americana (US). A norma indica treze graduações de valor, porém os mais aplicados no Brasil são K80 e K115. Na foto abaixo não aparecem o K20, K25, K40, K60 e K400, normalmente não utilizados no Brasil.
2 – Tipo de resposta
Esta característica define a velocidade de ativação do bulbo de vidro (ou liga-fusível) quando exposto ao calor, ou seja, quantos segundos mais rápido, em média, um bulbo será em relação ao outro. A norma Brasileira define três classificações, sendo: rápida, especial e padrão. Porém as mais utilizadas são: Resposta Rápida e Resposta Padrão.
3 – Posição/orientação de instalação
Este é outro ponto importante. Esta característica apresenta três possibilidades: em pé (ou upright), pendente e lateral.
Em pé |
Pendente |
Lateral |
Existe ainda a possibilidade de utilizar as posições acima associadas a condições especiais de uso. São eles: Decorativos (Embutido, Flush e Oculto), Resistente à corrosão e Seco (Dry).
Embutido |
Flush |
Oculto |
Resistente à Corrosão |
Seco (Dry) |
Intraprateleiras (in-rack) |
4 – Tipo de cobertura
Esta característica está relacionada à área (m²) que o sprinkler conseguirá “cobrir”. A diferença entre o sprinkler de cobertura padrão e o de cobertura estendida poderá ser identificada pela constituição física do defletor e pelas marcações no mesmo.
5 – Diâmetro da rosca
São utilizados basicamente três diâmetros: ½” (DN15), ¾” (DN20) e 1” (DN25). O padrão NPT é o principal padrão de rosca utilizado pelos fabricantes de sprinklers, nacional e internacionais. É importante esclarecer que o padrão NPT é muito semelhante ao padrão BSP para os diâmetros de 1/2″ e 3/4″, pois existe uma similaridade entre as características técnicas dos fios de rosca nestas duas variações de padrão.
6 – Temperatura de acionamento
O princípio de funcionamento do sprinkler é a ativação do elemento termossensível (bulbo ou liga fusível) quando uma determinada temperatura é atingida; Esta é a temperatura de acionamento ou temperatura nominal do sprinkler. Não é um valor aleatório e assim como as demais características técnicas do sprinkler deve ser cuidadosamente definida em projeto. Existem faixas de temperaturas definidas em norma, porém foram adotados valores de referência comercial. Os mais convencionais no mercado brasileiro são:
Observação importante: existem dois tipos de elementos termossensíveis: Tipo Ampola de Vidro (mais conhecido como Bulbo) e Tipo Liga Fusível.
Leia mais sobre os bulbos de vidro em nosso artigo: Entenda as cores dos bulbos dos sprinklers e sua relação com a temperatura
7 – Acabamento
Para evitar problemas com o dono da obra e especialmente com o Arquiteto, é melhor especificar direitinho o acabamento do sprinkler. Se não… Imagina o teto de cinema ou casa de show com um sprinkler branco. Seria um problema na certa!
Os acabamentos mais convencionais são o cromado e o natural, porém em locais onde se exige mais requinte pode-se adotar o acabamento branco ou o preto (básico!).
Existem ainda acabamentos mais específicos que possibilitam a resistência à corrosão, por exemplo.
8 – Certificação do produto
O sprinkler é um equipamento extremamente técnico e precisa ter sua qualidade comprovada através de um Órgão Certificador (OCP) devidamente acreditado. As certificadoras mais conceituadas no mercado nacional são Underwriters Laboratories do Brasil (ULbr) e obviamente a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Todas certificam o produto seguindo os critérios da Norma Técnica ABNT NBR 16400:2015. Também existe a possibilidade de certificação internacional através da FM Approvals (FM).
Resumo
Na tabela abaixo apresentamos de forma resumida as 8 características básicas que devem ser definidas para uma correta especificação do sprinkler.
Por fim, lembramos ao leitor que se o sprinkler for para utilização em locais específicos as características abaixo, eventualmente, também poderão ser exigidas.
Conclusão
Na prática, para pedir um orçamento de sprinkler corretamente, basta ao comprador identificar as oito características técnicas que definem o equipamento desejado. Desta forma serão evitados os problemas que normalmente ocorrem nesta etapa da obra.
Excelente.
Muito obrigado.
Muito Bom.
Muitos Bombeiros Profissionais Civis deveriam aprender com este artigo técnico. Inclusive Técnicos de segurança do trabalho.
Excelente conteúdo. Muito bom mesmo.
Muito bom, adorei.
Muito obrigado, estou aprendendo muito com esse artigos.
MOACIR POLICARPO
MUITO INTERESSANTE ESSE ARTIGO
TRABALHANDO COM MANUTENÇÃO A ANOS
VÁRIOS CURSOS E NÃO SABIA A DIFERENÇA, DAS CORES
HOJE dEPAREI COM UM IMPREVISTO E TIVE QUE ARUMAR UMA, ME FALARAM QUE ERA A PRESSÃO