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12 de julho de 2018 / Por / 4 Comentários

Qual a composição do líquido interno do bulbo de vidro do sprinkler?

O líquido em questão agrega, em si, alta tecnologia e certamente tem sua composição guardada à sete chaves, como segredo industrial. Veremos que não há uma resposta definitiva, contudo, pesquisando sobre o assunto, conseguimos informações interessantes que nos ajudam a conhecer um pouco mais sobre este líquido que gera tanta curiosidade.

Qual a composição do líquido interno do bulbo de vidro do sprinkler?

1. Considerações iniciais

O líquido da ampola de vidro do sprinkler é o mercúrio? Esta é uma pergunta clássica. Muitas pessoas têm esta mesma dúvida ou curiosidade. O líquido em questão agrega, em si, alta tecnologia e certamente tem sua composição guardada à sete chaves, como segredo industrial. Veremos que não há uma resposta definitiva, contudo, pesquisando sobre o assunto, conseguimos informações interessantes que nos ajudam a conhecer um pouco mais sobre este líquido que gera tanta curiosidade.

2. Vejamos rapidamente como começou esta história:

Conforme citado no livro do Cel. Cássio R. Armani (2016, p. 30), em “1924 – ocorre o desenvolvimento do chuveiro automático com uma ampola de quartzo por Grinnell, o que propiciou um projeto e configuração dochuveiro automático similar ao que é visto até hoje, segundo Thompson (1964  apudBRYAN, 1990, p.67)”.

Figura 1 – Chuveiro automático desenvolvido por Grinnell em 1930

Chuveiro automático desenvolvido por Grinnell em 1930

Fonte: Beattie (2011, p.12)

O mecanismo de ativação do sprinkler evoluiu com o passar das décadas. Hoje temos, basicamente, duas formas de acionamento: através de liga fusível ou através da ampola de vidro, também conhecida como bulbo de vidro.

Cabe lembrar que o bulbo de vidro ou ainda, elemento termossensível, como trata a norma ABNT NBR16400:2015 (requisito 3.1.14), são dispositivos de altíssima qualidade e que carregam em si alta tecnologia,o que lhes garante grande confiabilidade.

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é um dos mais importantes dispositivos do sprinkler, tanto que é testado em quatorze dos dezessete ensaios propostos pela Norma Técnica e abarca uma concentração elevada de tecnologia, pois passa por mais de 800 medições de engenharia ao longo do seu processo de fabricação.
(VIANA, 2017, p. 76 apud JOB.
Disponível em: https://www.job-group.de/en/products/job-thermo-bulbs-product-range/job-thermo-bulbs/
Acesso em: 26 dez. 2016).

 

 3. Respondendo à pergunta

Devido ao alto padrão de tecnologia deste dispositivo, a composição do líquido interno torna-se, em parte, uma incógnita; o líquido não é formado por uma única substância, mas sim por um composto; sobre ele temos algumas pistas: os esclarecimentos dos fabricantes e a consulta aos registros de patentes. Exemplo disso é o caso do bulbo fabricado pela JOB, empresa alemã que é uma das maiores fornecedoras mundiais de bulbo, onde é possível consultar informações tanto no site do fabricante, na seção “ProductDescription”, como também no Google Patents (links disponíveis nas referências deste arquivo).

Para demonstrar o que estamos falando e “matar” um pouco da curiosidade de todos, segue um trecho traduzido do documento da patente americana do líquido interno dos bulbos de vidro, fabricados pela JOB, disponível no site do google patentes; neste trecho constam informações gerais sobre parte da composição do líquido em questão:

[…] o líquido em expansão pode consistir em tolueno, xileno, n-decano, ciclo-hexano, tricloroetileno, tetracloroetileno, acetoacetato de etilo, acetona ou metiletilcetona ou suas misturas. Dependendo do seu ponto de ebulição, os líquidos em expansão podem ser usados para diferentes temperaturas nominais de abertura. Por exemplo, apesar de seu tempo de resposta relativamente longo, o n-decane é adequado para temperaturas de abertura nominal de até 182 ° C. Para além dos compostos específicos acima mencionados, o líquido em expansão também pode conter, por exemplo, metanol, etanol, isopropanol, glicerol ou acetato de etilo ou suas misturas como o álcool alifático ou éster de alquilo inferior […].
(G. PATENTS. Trigger element for a sprinkler).

 

 4. Conclusão

Mais uma vez percebemos que o sprinkler e seus componentes são mais complexos do que imaginamos e por isso no assunto relacionado ao líquido interno do bulbo de vidro não teremos uma resposta simplista. Para atender as várias faixas de temperatura de acionamento (acesse aqui), muito bem definidas em Norma, o fabricante do bulbo certamente precisa de um líquido especial que, possivelmente, apresenta variações de composição para cada uma das temperaturas nominais.Como dito antes: isto é mais uma das “incógnitas” da engenharia.

Autor: Braulio Viana – Analista de Desenvolvimento e Qualidade

Referências

ARMANI, C R. SCABBIA, A. L. G. Inspeção Predial do Sistema de Chuveiros Automáticos: um roteiro comentado sobre os requisitos. Publicações do Prêmio Instituto Sprinkler Brasil. São Paulo, 2016.

BEATTIE, W.S. Evolutionofthe Fire Sprinkler. 2011.
Disponível em: https://waltbeattie.files.wordpress.com/2010/08/evolution-of-as-beattie.pdf.
Acesso em 10 jul. 2018.

GOOGLE PATENTS. Trigger element for a sprinkler. 1990.
Disponível em: https://patents.google.com/patent/US4938294.
Acesso em 23 jul. 2018.

JOB BULBS. 2018.
Disponível em: https://www.job-group.com/en/products/job-thermo-bulbs/.
Acesso em 24 jul. 2018.

VIANA, B. M. G.SPRINKLERS NO BRASIL:Apresentação e análise da nova norma ABNT NBR16400:2015. Enfim uma sólida base técnica para a construção de um mercado confiável. IV Prêmio Instituto Sprinkler Brasil. São Paulo, 2017. p. 76.

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