As observações contidas neste documento são registros de atendimentos técnicos pontuais ocorridos ao longo dos últimos anos. Em boa parte dos temas, não esgotam suficientemente os assuntos, sendo necessário recorrer às Normas e demais literaturas disponíveis; contudo, esta compilação constitui um acervo considerável de situações do cotidiano do projetista e demais profissionais do ramo de proteção contra incêndio por sprinklers. Este foi material foi organizado com a intenção de compartilhar experiências e colaborar com os trabalhos técnicos desenvolvidos pelos leitores.
50)Sabe-se que, normalmente, a rota de fuga não possui uma carga incêndio relevante, contudo, fica a dúvida se o eventual funcionamento de sprinkler em corredores, em caso de incêndio, auxilia a fuga ou diminui a visibilidade prejudicando a evasão. Existe alguma pesquisa científica publicada que trata deste assunto?
O uso de sistemas de sprinkler aumenta a distância máxima a percorrer tendo em vista o combate inicial às chamas diminuindo drasticamente o efeito do incêndio. Se o incêndio for suficientemente potente para ativar sprinkler(s) ao longo da rota de fuga, haverá diminuição da fumaça também neste ambiente e as condições de evacuação serão melhoradas.
O primeiro estudo sobre esse assunto ocorreu na primeira década do século 20 nos EUA e concluiu que os sprinklers, que até então só eram vistos como dispositivos para proteger patrimônio, também salvavam vidas. Nasce lá então o primeiro código de proteção à vida – NFPA 101. Curiosamente, após algumas tragédias que aconteceram no Brasil entre a década de 60 e 70 culminaram com a criação dos primeiros códigos de proteção contra incêndio. O Estado do RJ foi o precursor desses códigos já em 1973 e válido até o dia 26 de dezembro do ano passado (mais de 40 anos). O Código de segurança do RJ (Coscip) introduziu a exigência de instalação de sprinkler em grandes empreendimentos e definiu que os edifícios residências deveriam possuir sprinklers nos corredores. Muitos estados copiaram essa legislação, mas já nas décadas de 1990 e início dos anos 2000 foram abandonando essa solução. Atualmente, pelo nosso conhecimento, apenas no Rio de Janeiro e em Pernambuco ainda existe a exigência de colocação de sprinklers em corredores de edifícios comerciais. Nos demais estados, em geral não são exigidos sprinklers em edifícios residenciais e nas edificações onde são aplicados os sprinklers, as isenções dos locais de instalação são as previstas na NBR10897.
Conteúdo produzido em parceria com Ipê Fire Protection Consultoria
Site: http://www.ipeconsultoria.com.br
E-mail: projetos@ipeconsultoria.com.br
