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12 de julho de 2018 / Por / One Comment

Qual a relação entre o funcionamento de um sprinkler e a fumaça gerada em um incêndio?

Para tratar este problema é que, em muitos casos, projetos de grandes empreendimentos, tais como: shopping centers, edifícios comerciais, grandes hospitais, entre outros, incluem também os sistemas de pressurização de escadas, extração de fumaça, dampers corta fogo, que buscam impedir a propagação da fumaça e auxiliam no ato de abandonar o local.

Qual a relação entre o funcionamento de um sprinkler e a fumaça gerada em um incêndio?

1. Introdução

Ao falarmos sobre a utilização de sistemas de proteção contra incêndio por sprinkler, muitas pessoas os associam diretamente ao fogo propriamente dito, porém há um outro fator, extremamente problemático, associado ao incêndio, que nem sempre é levado em consideração: a fumaça. Para tratar este problema é que, em muitos casos, projetos de grandes empreendimentos, tais como: shopping centers, edifícios comerciais, grandes hospitais, entre outros, incluem também os sistemas de pressurização de escadas, extração de fumaça, dampers corta fogo, que buscam impedir a propagação da fumaça e auxiliam no ato de abandonar o local.

2. Desenvolvimento

Diante destes fatos, podemos nos perguntar: Qual a relação entre a ativação do sprinkler e a fumaça? A resposta para esta questão é a seguinte:

A fumaça está diretamente relacionada ao sprinkler, pois na ativação do mesmo a produção de fumaça é drasticamente reduzida, uma vez que o sistema entra em funcionamento para combater/controlar o incêndio.Quando um sistema de sprinkler é ativado, a água é lançada diretamente sobre o material em chamas, resultando na diminuição da temperatura e no respectivo combate ao fogo; consequentemente, haverá redução na queima e, logicamente,diminuição da produção de fumaça.

Fisicamente, a transferência de calor se dá por três formas: contato, radiação e convecção. Geralmente 80% da energia liberada em uma queima é transferida para o entorno pela convecção de gases quentes, estes gases são os maiores responsáveis pela abertura dos bicos de sprinklers.

2.1. E se existisse sprinkler?

Posta a explicação, vale lembrar aqui dois incêndios que vitimaram centenas de pessoas e, nos dois casos, se existissem sistemas de sprinklers protegendo os locais, possivelmente a tragédia poderia ter sido diminuída ou até mesmo evitada. São eles:

1.    Boate The Station Nightclub, ocorrido em fevereiro de 2003 em Warwick, Rhode Island – EUA, onde morreram 100 pessoas e outras 200 ficaram feridas (BBC Brasil, incêndio… 2013).

2.    Boate Kiss, em Santa Maria, Rio Grande Sul, em janeiro de 2013, que ficou mundialmente conhecido pela trágica morte de 242 pessoas, jovens em sua grande maioria.

Palestra: A qualidade oculta do Sprinkler certificado

Um estudo realizado em 2005 pelo NIST (National Institute Of Standards and Technology), dos EUA, comprovou que o fato de não existir sistema de sprinklers instalado no ambiente da Boate The Station, potencializou de forma drástica os efeitos do incêndio, pois em cerca de apenas 90 segundos (1 minuto e meio) os ocupantes já estavam submetidos a uma temperatura de até 1000°C e a uma nuvem tóxica, composta, entre outros gases, por índices letais de gás carbônico (CO) e gás cianídrico (HCN), gerados pela queima da espuma de poliuretano (VIANA, 2017, p.14 apud Report … NIST).

“Por analogia, podemos imaginar que estas constatações indicam o que também ocorreu no interior da Boate Kiss, gerando uma quantidade de vítimas fatais quase duas vezes e meia maior que na boate The Station” (VIANA, 2017, p.14).

3. Conclusão

Ao avaliar o funcionamento e a importância dos sistemas de sprinklers, deve ser levado em consideração que ele atuanão somente sobre o fogo, propriamente dito, mas também diminui a temperatura e, especialmente, a emissão de fumaça; esta ação potencializa a principal função do sistema que é a proteção à vida humana, pois como visto nos casos analisados pelo NIST, muitas vidas poderiam salvar-se, caso existisse esta proteção no ambiente avaliado.

Autor: Braulio Viana – Analista de Desenvolvimento e Qualidade

Referências

BBC Brasil. Nos EUA, incêndio fatal. BBC Brasil, 28 Jan. 2013. Disponível aqui . Acesso em: 10jul. 2018

NIST. Report of the Technical Investigation of The Station Nightclub Fire, 2005, p. xxi, p. 4-41.Disponível em aqui Acesso em:  10 jul.2018

VIANA, B. M. G.SPRINKLERS NO BRASIL:Apresentação e análise da nova norma ABNT NBR16400:2015. Enfim uma sólida base técnica para a construção de um mercado confiável. IV Prêmio Instituto Sprinkler Brasil. São Paulo, 2017. p. 14.

eBook: Sprinklers: O guia essencial

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1 Comentário

  • Victor disse:

    Sem dúvidas o sistema de chuveiros automáticos reduzirá a produção de fumaça quando o sistema funciona sobre o foco de incêndio, no entanto, muitas legislações aumentam o percurso máximo na rota de fuga quanto A ROTA DE FUGA é protegida por sistema de chuveiros automáticos. Como normalmente a rota de fuga não possui uma carga incêndio relevante minha duvida é se o funcionamento do sprinkler fora do foco do incêndio reduz os particulados suspensos na fumaça e auxilia a fuga ou se diminui a visibilidade no corredor prejudicando a evasão.

    Existe alguma pesquisa científica publicada que trata deste assunto?

    Eng. Victor Moraes

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